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28 de agosto de 2013

Abandonar-se...



Ilustração de Aimee Sicuro


Ir para o sono se parece tanto com o modo como agora tenho de ir para a minha liberdade. Entregar-me ao que não entendo será pôr-me à beira do nada. Será ir apenas indo, e como uma cega perdida num campo. Essa coisa sobrenatural que é viver. O viver que eu havia domesticado para torná-lo familiar. Essa coisa corajosa que será entregar-me... 
 
Clarice Lispector, in A paixão segundo G.H., Relógio d'Água, 2000, p. 14