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17 de janeiro de 2012

O Beijo


Essai, de Sandrine Kao


Poema de José Luís Peixoto, pela voz de Margarida Cardeal.



Redes sociais, política e pensamento

Assisti há umas horas a uma sessão sobre o tema proposto pela Assembleia da República para debate nas escolas neste ano letivo, a saber "Redes Sociais: Participação e Cidadania".

Ilustração de Pinzellades al món
Ilustração de Pinzellades al món
Ora, estando a refletir ultimamente sobre a Web 2.0 em geral, que obviamente engloba as redes sociais, dei por mim a identificar as posturas dos emigrantes e dos nativos digitais e, curiosamente, apercebi-me do quanto aqueles se mostraram mais à vontade para debater o tema do que estes, apesar de imersos diariamente no Twitter e no Facebook. Porém, talvez este fenómeno não seja de todo estranho, mas antes um sinal do que um dos oradores expunha, após se ter apresentado mais como um membro do mundo dos livros do que do universo das redes sociais, sem deixar de reconhecer a sua importância  na subscrição de causas humanitárias ou no combate à violência ou à injustiça, dimensões da vida política e de intervenção cívica.


Ilustração de Tesa Gonzalez
Contudo, Gabriel Mithá Ribeiro  assumia claramente a postura de quem se aproxima dos fenómenos tecnológicos e sociais com prudência, como quem os investiga e sobre eles reflete (e inflete o seu percurso), identificando com facilidade os constrangimentos do imediatismo, do clique rápido e fácil e da permitida opinião infundada e imatura, o que contraria a necessária ponderação e preparação dos assuntos antes de sobre eles nos pronunciarmos publicamente (opinião que subscrevo).

O conferencista, investigador e autor de inúmeros artigos na imprensa sobre política educativa Mithá Ribeiro alertava ainda para o facto de ser "mais difícil criar correntes de pensamento que correntes de pressão nas redes sociais".

Ilustração de Valentí Gubianas
E o que sobre isto pensam os jovens? Que contra-argumentos propõem?

O tempo é um escultor fugaz quando as questões nos interessam deveras. Ficou-me, pois, a vontade de continuar o debate, não na perspetiva política (ainda que sempre presente no sentido amplo de polis) mas na articulação e na aplicação das redes sociais à educação, à escola, às Bibliotecas Escolares. Até lá!


Maria Carla Crespo